Um grão de sal

Resumen

O principal objetivo deste trabalho é o de analisar a forma por intermédio da qual Mário de Andrade elabora a sua subjetividade na correspondência trocada com Carlos Drummond de Andrade.[1] Não se trata, é necessário esclarecer desde logo, de tarefa das mais fáceis, não só porque não sou um especialista na obra de Mário mas também porque o próprio material investigado parece mostrar-se particularmente resistente à interpretação: submetidas a uma permanente oscilação, as cartas dão a impressão de registrar com enorme plasticidade e minúcia —como se fossem feitas de cera−as menores alterações de humor do nosso autor, abrindo um leque decorado com tanta riqueza, colorido e variedade que o seu exame ameaça se converter em uma empreitada das mais arriscadas.[2] Esta, aliás, foi uma das razões —embora não a decisiva— que fizeram com que o texto que se segue viesse a concentrar as suas atenções no estudo do primeiro ano daquela correspondência, entre outubro de 1924 e fins de 1925, iniciada logo depois da passagem de Mário por Belo Horizonte em seu retorno a São Paulo junto com a comitiva modernista que havia visitado Ouro Preto: Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Blaise Cendrars, entre outros. As cartas aí compreendidas situam-se, sem dúvida, entre as mais instigantes do “corpus” em pauta, mas é evidente que a possibilidade de se circunscrever a discussão, levando-se em conta os limites fixados para este artigo, pode ser de grande valia na busca de um entendimento mais complexo e matizado do modo pelo qual Mário procura modelar a sua identidade neste diálogo com Drummond.

https://doi.org/10.47195/17.43
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